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Sinais de Dor em Crianças: Como Identificar e Ajudar Quando Seu Filho

Seu filho pode estar com dor e você nem percebe Descubra os sinais e como ajudar

Conteúdo

Compreender e identificar a dor em crianças e adolescentes é um desafio constante para pais e profissionais de saúde. Quando uma criança ou adolescente não consegue expressar claramente o que sente, seja por questões de comunicação, desenvolvimento ou condições como o autismo, a tarefa se torna ainda mais complexa.

Por que as crianças e adolescentes têm dificuldade em expressar a dor?

A capacidade de comunicar dor varia consideravelmente de criança para criança e de adolescente para adolescente. Em muitos casos, a dificuldade em expressar a dor pode estar relacionada a fatores como:

  • Idade e desenvolvimento cognitivo: Crianças mais novas podem não ter o vocabulário necessário para descrever a dor. Já os adolescentes podem ter medo de parecerem fracos ou de chamar a atenção desnecessária para si.
  • Condições específicas: Crianças com autismo ou outras dificuldades de comunicação podem ter dificuldade em identificar, ou verbalizar o que estão sentindo.
  • Aspectos emocionais: Medo, ansiedade ou vergonha podem impedir que a criança ou o adolescente fale sobre a dor.

Entender esses fatores é o primeiro passo para reconhecer quando uma criança ou adolescente pode estar em sofrimento.

Sinais físicos e comportamentais de dor

Mesmo que a criança ou adolescente não consiga verbalizar a dor, existem sinais físicos e comportamentais que podem indicar que algo não está bem. Estes sinais podem incluir:

  • Mudanças de comportamento: Irritabilidade, agitação, retraimento ou choro sem motivo aparente são sinais que algo pode estar errado.
  • Alterações no apetite e sono: Uma diminuição do apetite ou dificuldades para dormir podem ser indicativos de desconforto ou dor.
  • Postura corporal alterada: Movimentos rígidos, preferência por posições que evitem o movimento de certas áreas do corpo ou mesmo uma postura encolhida podem indicar dor.
  • Expressões faciais: Rosto franzido, mandíbula cerrada ou olhos apertados podem ser reflexos inconscientes de dor.
  • Vocalizações: Gemidos, gritos, ou murmúrios repetidos podem ser um esforço para comunicar o desconforto.

Observando o comportamento na rotina diária

Para identificar sinais de dor, é essencial observar a criança ou adolescente em seu ambiente natural e durante atividades diárias:

  • Brincadeiras e atividades físicas: A criança evita atividades que antes gostava? Ou parece mais cansada do que o normal após brincadeiras?
  • Interações sociais: Mudanças no comportamento social, como o desejo de ficar sozinha ou maior irritabilidade com amigos e familiares, podem indicar dor.
  • Desempenho escolar: Uma queda no desempenho escolar ou problemas de concentração podem ser sinais de que a dor está afetando a capacidade da criança de se focar.

Ferramentas para avaliação da dor

Existem ferramentas e escalas desenvolvidas para avaliar a dor em crianças e adolescentes, especialmente quando a comunicação é difícil:

  • Escalas de faces de dor: Usadas principalmente em crianças mais novas, essas escalas apresentam uma série de rostos com expressões variando de “sem dor” a “dor intensa”. A criança aponta para a face que melhor representa como ela se sente.
  • Escalas numéricas: Para crianças mais velhas e adolescentes, pedir que classifiquem as dores em uma escala de 0 a 10 pode ser útil.
  • Diários: Manter um registro diário pode ajudar a identificar padrões, como horários específicos ou atividades que pioram ou aliviam a dor.

Como os pais podem ajudar?

Pais e cuidadores desempenham um papel importante na identificação e manejo da dor. Aqui estão algumas estratégias que podem ajudar:

  • Crie um ambiente de confiança: Certifique-se de que a criança ou adolescente saiba que pode falar sobre o que está sentindo sem medo de ser ignorada ou ridicularizada.
  • Use linguagem simples e acessível: Perguntas como “Onde dói?” ou “Parece uma pontada ou uma pressão?” ajudam a criança a se expressar de maneira que ela compreenda.
  • Observe e registre: Anotar comportamentos e sintomas ao longo do dia pode auxiliar o médico a ter uma visão mais clara do que está acontecendo.
  • Encoraje a comunicação: Incentive a criança ou adolescente a falar sobre o que sente, mesmo que pareça algo pequeno.

Quando procurar ajuda médica?

É fundamental saber quando a dor requer atenção médica imediata. Alguns sinais de alerta incluem:

  • Dor persistente ou intensa: Se ela não diminui ou piora com o tempo, é hora de consultar um médico.
  • Sintomas associados: Febre, vômitos, dificuldade para respirar ou perda de peso inexplicada são sinais de que algo mais sério pode estar acontecendo.
  • Mudanças significativas no comportamento: Se a criança ou adolescente muda drasticamente de comportamento, isso pode indicar dor severa ou outra condição médica.

A dor não deve ser ignorada

Em crianças e adolescentes, especialmente quando não é claramente expressa, requer atenção cuidadosa e uma abordagem sensível. Reconhecer os sinais sutis e agir rapidamente pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida de uma criança ou adolescente.Se você tem dúvidas ou preocupações, não hesite em buscar ajuda profissional. Lembre-se, compartilhar informações e experiências pode ser uma forma poderosa de apoiar outras famílias que estão passando pela mesma situação.

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Dra. Kaliny Cristine Trevezani de Souza
Médica Pediatra
CRMDF 20469 | RQE 12424

Veja também: Respiração, Síndrome de Ehlers-Danlos e Transtorno do Espectro de Hipermobilidade: Entendendo os desafios respiratórios na Hipermobilidade

Bibliografia

Assessing pain in children with autism spectrum disorders: findings from a preliminary validation study

Pain communication in children with autism spectrum disorder: A scoping review

Daily living pain assessment in children with autism: Exploratory study

Initial Validation of the Behavioral Indicators of Infant Pain (BIIP)

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Pediatra e Cardiologia Pediátrica
CRMDF 20469 / RQE 12424 / RQE 12456

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