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Autismo e Hipermobilidade em Meninas

Autismo e Hipermobilidade em Meninas

Conteúdo

E se eu te disser que sua filha “perfeita” pode estar gritando por ajuda, e ninguém está ouvindo? Esta não é mais uma conversa sobre autismo. É um alerta silencioso que pode mudar a trajetória de uma menina para sempre.

Sabe aquela criança que nunca dá trabalho, tira boas notas e é elogiada por ser “madura para a idade”? Que reclama de dores nas pernas (que você talvez atribua ao crescimento?). Que parece tímida, mas vive exausta de tanto fingir que está tudo bem?

Ela pode estar pagando um preço alto pela imagem de “menina exemplar”.

Autismo e Hipermobilidade: duas condições que se entrelaçam

O autismo e a hipermobilidade frequentemente caminham juntos, especialmente em meninas. Essa combinação, entretanto, ainda é subdiagnosticada.

Enquanto o autismo afeta o modo como a criança percebe e se conecta com o mundo, a hipermobilidade interfere diretamente em como ela se sente no próprio corpo.

Meninas com autismo e hipermobilidade podem apresentar dores físicas, fadiga, dificuldades sociais e forte tendência à camuflagem, o que atrasa o diagnóstico e o suporte adequado.


Meninas autistas com hipermobilidade tendem a mascarar os sinais para se encaixar socialmente. Aprendem a imitar comportamentos e respostas esperadas, mas esse esforço constante cobra um preço emocional e físico.

A camuflagem social: o preço da “normalidade”

Muitas meninas no espectro autista se tornam especialistas na arte do masking, ou camuflagem social. Elas observam, imitam e adaptam comportamentos para parecer “normais”, enquanto o corpo e a mente se desgastam em silêncio.

Esse comportamento pode enganar até profissionais experientes, já que a menina parece calma, controlada e até extrovertida. Entretanto, quando chega em casa, surgem o choro, as dores e o colapso emocional.

Sendo assim, o que parece perfeição é, na verdade, exaustão disfarçada de desempenho.

Sinais de Autismo em meninas que passam despercebidos

O autismo em meninas se manifesta de forma diferente do observado em meninos, o que faz com que muitos sinais sejam ignorados. Observe com atenção:

  1. Passa horas imersa em um interesse específico. Por exemplo: lendo sobre moda, make, o artista favorito.
  2. Tem dificuldade em iniciar ou manter amizades, mas tenta se “encaixar”. Muitas vezes, fica ao lado, mas não consegue acertar o tempo da conversa e acaba não se expressando.
  3. Reclama de dores difusas no corpo sem causa aparente, possivelmente ligadas à hipermobilidade.
  4. É seletiva com alimentos ou sente desconforto com roupas por causa das texturas (etiqueta de roupa é a número um em reclamação)

Esses comportamentos podem parecer traços de personalidade, mas, quando somados, formam um padrão que merece investigação.

A Hipermobilidade e suas dores invisíveis

A hipermobilidade é a capacidade das articulações de se moverem além do limite considerado normal. Embora algumas crianças sejam apenas flexíveis, outras sofrem com dores, fadiga e instabilidade.

Em meninas com autismo, essa condição é ainda mais desafiadora. Elas podem apresentar sintomas como:

  1. Fadiga excessiva após pequenas atividades.
  2. Dores musculares e articulares, especialmente em pernas e joelhos.
  3. Tontura, coração acelerado e pressão baixa.
  4. Dificuldade para escrever ou carregar mochilas.

Esses sinais físicos costumam aparecer antes mesmo que outros sintomas do espectro autista sejam reconhecidos, por isso, são facilmente subestimados.

O Impacto do diagnóstico tardio

Quando os sinais de autismo e hipermobilidade não são identificados a tempo, as meninas enfrentam consequências que vão muito além da dor física. Entre os principais impactos estão:

  1. Sensação de isolamento: ela sente que não se encaixa, mas não entende o motivo.
  2. Cansaço constante: tanto físico quanto emocional.
  3. Dificuldade em pedir ajuda: por medo de ser julgada ou rejeitada.
  4. Problemas escolares: queda de rendimento, desmotivação e ansiedade.

Diagnósticos tardios levam a intervenções atrasadas, e desafios que poderiam ser amenizados acabam crescendo com o tempo.

Portanto, reconhecer cedo é mais do que importante, é transformador.

Por que o diagnóstico precoce muda tudo

Com o diagnóstico e o suporte adequados, meninas com autismo e hipermobilidade podem florescer com autenticidade. Veja o que muda quando a compreensão chega:

  1. Desenvolvem habilidades sociais e emocionais com mais segurança.
  2. Recebem acompanhamento físico adequado para dores e fadiga.
  3. Constroem uma rotina que respeita seus limites e talentos.
  4. Sentem-se vistas, compreendidas e acolhidas.
  5. Podem alcançar seu potencial sem precisar “performar normalidade”.

Sendo assim, o diagnóstico precoce é o início de uma nova história, em que a menina deixa de ser “boa demais” para, finalmente, ser ela mesma.

Como os pais e educadores podem ajudar

A mudança começa na observação. Pequenas atitudes no cotidiano podem abrir caminhos gigantes para a compreensão. Micro-passos para começar hoje:

  1. Observe sua filha quando ela chegar da escola. Note sinais de cansaço, dor ou sobrecarga emocional.
  2. Reserve 10 minutos do seu dia para simplesmente olhar e ouvir.
  3. Diga a ela: “Eu vejo você. Eu vejo como você se esforça. E eu te amo exatamente como você é.
  4. Valide seus sentimentos. Sem corrigir, sem minimizar.

Esses pequenos gestos têm um impacto profundo. Quando a menina se sente vista, ela relaxa o corpo e a mente. E, aos poucos, o mascaramento começa a ceder lugar à autenticidade.

Conclusão

O autismo e a hipermobilidade em meninas ainda são realidades invisíveis para muitos profissionais e famílias. Entretanto, nomear o invisível é o primeiro passo para transformar histórias.

Cada menina que é compreendida a tempo ganha a chance de viver com menos dor, menos culpa e mais autenticidade.Portanto, observe com o coração aberto. Escute o que o corpo e o comportamento dela estão tentando dizer.

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Leia também: Desmistificando a dor na hipermobilidade

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Dra Kaliny Cristine Trevezani de Souza
Pediatra e Cardiologia Pediátrica
CRMDF 20469 / RQE 12424 / RQE 12456

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