A jornada de criar uma criança com dor crônica e hipermobilidade é desafiadora e repleta de incertezas. Enquanto pais, vocês enfrentam o desafio constante de encontrar equilíbrio entre proteger e encorajar seu filho. Este artigo oferece um olhar abrangente sobre o que significa viver com hipermobilidade e dor crônica na infância e adolescência, propondo maneiras práticas de como você pode ajudar seu filho a enfrentar esses desafios.
Causas da dor crônica em crianças com Hipermobilidade
Hipermobilidade é a capacidade das articulações se moverem além do normal. Em crianças, essa flexibilidade excessiva pode estar associada a dores e desconfortos crônicos. Isso ocorre porque as articulações e músculos ao redor podem ser mais suscetíveis a lesões e tensões. Compreender essa conexão é o primeiro passo para ajudar seu filho a lidar com a dor crônica.
A dor crônica pode transformar atividades cotidianas em desafios. Tarefas simples como escrever, brincar ou participar de atividades físicas podem se tornar obstáculos significativos.
Impacto da Dor na Qualidade de Vida e Saúde Mental:
A dor crônica em crianças e adolescentes com hipermobilidade vai além do desconforto físico; ela tem um profundo impacto na qualidade de vida e saúde mental, influenciando seu desempenho escolar e interações sociais. . Estudos apontam que crianças com dor crônica podem experimentar ansiedade, depressão e sentimentos de isolamento.
• Ajustes na vida cotidiana
Pode ser necessário fazer ajustes na vida diária, como modificações nas atividades escolares ou esportivas, para acomodar os limites físicos de seu filho.
• Suporte psicológico
Considere buscar apoio psicológico para seu filho. Terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, pode ser eficaz no gerenciamento da dor crônica.
• Rede de apoio
Crie uma rede de apoio envolvendo familiares, amigos, professores e colegas. A conscientização e compreensão de todos ajudam a criar um ambiente mais acolhedor e menos estressante para seu filho.
Tratamento médico e abordagens profissionais
Tratar a dor crônica em crianças com hipermobilidade exige uma abordagem multifacetada. Isso pode incluir fisioterapia, para fortalecer os músculos e estabilizar as articulações, e, em alguns casos, medicação para controlar a dor. A colaboração com profissionais de saúde, como pediatras, reumatologistas e fisioterapeutas, é crucial para um plano de tratamento eficaz.
Autogerenciamento e papel dos pais
Como pais, vocês têm um papel vital no autogerenciamento da dor crônica de seu filho. Ajudá-lo a gerenciar a dor crônica requer uma abordagem ativa e envolvente. Aqui estão algumas estratégias que você pode adotar:
- Educação sobre a condição: Ajude seu filho a entender sua condição de uma maneira adequada à idade. Isso pode incluir falar sobre como a hipermobilidade afeta o corpo e a importância de estar atento a sinais de dor ou desconforto.
- Técnicas de relaxamento e mindfulness: Ensine técnicas de relaxamento, como respiração profunda ou mindfulness, que podem ajudar a reduzir a tensão e a ansiedade associadas à dor.
- Atividade física adaptada: Incentive atividades físicas suaves, como natação ou yoga, que são amigáveis para as articulações e podem ajudar a fortalecer os músculos sem sobrecarregar.
- Rotina de sono saudável: Estabeleça uma rotina de sono consistente. Um sono de qualidade é crucial para a recuperação e manejo da dor.
- Diário de dor: Manter um diário de dor pode ajudar a identificar padrões ou gatilhos para a dor, tornando mais fácil para você e os profissionais de saúde gerenciar a condição.
- Comunicação aberta: Mantenha as linhas de comunicação abertas. Encoraje seu filho a expressar quando está sentindo dor e a compartilhar suas emoções.
Conclusão
Navegar pelo mundo da dor crônica e hipermobilidade como pais é uma jornada de paciência, aprendizado e amor. Lembre-se de que o apoio e a compreensão que você oferece ao seu filho têm um impacto imenso em sua capacidade de enfrentar esses desafios. Não hesite em procurar apoio, seja através de profissionais de saúde ou de comunidades de pais que enfrentam situações semelhantes.
Texto escrito por
Dra Kaliny Cristine Trevezani de Souza – CRMDF 20469
As informações aqui contidas são meramente educativas e não têm a intenção de configurar consulta médica. Em caso de necessidade, agende um atendimento.
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Isso explica por que, desde os 6 anos, eu sentia dores diárias nos joelhos, além de uma dor difusa na região dorsal, e, esporadicamente, surgiam dores nas articulações dos pés, das mãos e dos punhos, que pareciam dores de LER (mesmo sem o uso de celular ou computador, que ainda não existiam na época). Essas dores apareciam e desapareciam sem explicação. Meus pais diziam que eu poderia ter “reumatismo no sangue”, e fui submetida a alguns tratamentos com anti-inflamatórios, que nunca trouxeram melhora. Mais tarde, recebi também 12 injeções de benzetacil, mas sem sucesso. No entanto, todos os exames de ASLO deram negativos.
Na juventude, também apresentava sinais de hipermobilidade: subia em árvores com facilidade, tinha articulações flexíveis, sentava em “W” e, mesmo na idade adulta, ainda dormia em posição de “sapo”, como um bebê.
Hoje, aos 40 anos, minha mobilidade diminuiu muito. Minhas articulações “estalam” a cada movimento de alongamento, sinto que estão mais rígidas, e até subir escadas se tornou difícil; toda a flexibilidade que eu tinha parece ter desaparecido. Fiz alguns exames de FAN, mas todos deram negativos.
Sinto muito pelo que passou Grace. Também vivenciei situações semelhantes. Nosso papel agora é divulgar sobre o tema para que outras crianças e adolescentes não sofram o mesmo que nós duas.